quinta-feira, 1 de setembro de 2011

"Hoje há uma pressão do setor imobiliário neste projeto da lagoa" - diz secretária de desenvolvimento das cidades de Jaboatão

Entre 2010 e 2011, Jaboatão aprovou mais de 2500 novas unidades habitacionais apenas na zona sul

Imagem: Marcelo Ferreira
 Fátima Lacerda, Secretária de desenvolvimento das cidades de Jaboatão

Não são apenas os moradores do entorno da lagoa que pressionam os governos para que os projetos de revitalização da Lagoa Olho D'água, drenagem e saneamento da zona sul de Jaboatão saiam do papel. O setor imobiliário também está de olho em terrenos e na possibilidade novos empreendimentos na região da lagoa, considerada estratégica por estar no chamado eixo do desenvolvimento de Pernambuco, ou seja, a lagoa é próxima do pólo industrial de Suape e da capital Recife. 

Além da população, grandes construtoras estão pressionando a prefeitura de Jaboatão para a liberação de novas licenças na área da lagoa e o governo já sinaliza que a parceria entre o poder público e privado possa ser uma das soluções para o desenvolvimento sustentável da região. 

A informação do interesse do setor imobiliário foi confirmada ontem, pela secretária de desenvolvimento das cidades de Jaboatão, Fátima Lacerda, durante audiência pública que discutiu a revitalização da Lagoa Olho D'água - "Hoje há uma pressão do setor imobiliário, que tem grande interesse em construir na região da lagoa. Existe um deficit habitacional em virtude do crescimento acelerado do Estado e aquela área da lagoa é uma área muito visada pelas construtoras", disse a secretária, acrescentando que os estudos de macrodrenagem são fundamentais antes da liberação das novas licenças:

"Não podemos ser irresponsáveis e liberar construções sem que os estudos estejam concluídos, pois temos graves problemas de alagamento e saneamento,os quais a atual gestão está trabalhando junto com o governo do Estado para resolver. Ainda este ano apresentaremos o estudo da macrodrenagem da zona sul de Jaboatão. Só  a partir daí poderemos liberar novas construções, de forma sustentável, que não prejudiquem ainda mais a lagoa, além das pessoas já habitam o local" - enfatizou.


Durante explanação do que está sendo feito pelo município para conter os alagamentos, a secretária apresentou números oficiais do crescimento do setor imobiliário na zona sul de Jaboatão - "Hoje temos 2500 novas unidades habitacionais sendo construídas ou concluídas naquela região próxima a lagoa.  Existem ainda 3000 unidades em processo de aprovação e outras 3000 mil em espera dos estudos de macrodrenagem. Hoje, o município está trabalhando com responsabilidade, pois precisamos primeiro resolver o problema de drenagem para depois autorizarmos novas construções. Por isso resolvermos congelar a área de 500 metros da lagoa para novos empreendimentos imobiliários. Esse congelamento não vai demorar muito, pois a pressão do setor imobiliário e da sociedade é muito grande e precisamos fazer algo, principalmente para as pessoas que já vivem na lagoa. Estamos passando por um momento de reformulação das leis de ocupação do solo na zona sul de Jaboatão, que proporcionará qualidade de vida para os atuais e futuros moradores" - disse a secretária.

A previsão é de que os estudos de macrodrenagem da zona sul de Jaboatão sejam concluídos e apresentados em outubro deste ano (2011).  Só depois as diretrizes para novas construções serão estabelecidas.

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