segunda-feira, 15 de abril de 2013

Prefeituras de Jaboatão e do Recife vão discutir solução para o chorume lançado por lixão no Rio Jaboatão

Apesar do antigo lixão da Muribeca estar localizado em Jaboatão, foi gerenciado por décadas pela cidade do Recife. Apenas em 2009 lixão foi desativado, mas danos ambientais permanecem

Depois de quase quatro anos, avançam os entendimentos para que a Prefeitura do Recife ponha fim ao forte impacto ambiental provocado pelo chorume resultante do antigo lixão da Muribeca (fechado em agosto de 2009), que apesar de estar localizado em Jaboatão dos Guararapes, era gerenciado pela PCR. A solução para o chorume, que continua poluindo o rio Jaboatão e as praias do município, é uma das poucas recomendações do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre o MPPE, o governo de Pernambuco, as duas prefeituras e a Emlurb, que ainda aguardam cumprimento.

Assinado ainda em 2008, o TAC atribui à PCR a solução para o chorume, líquido altamente poluente originado de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos depositado em lixões e aterros sanitários. Na sexta-feira (12), em reunião na sede do MPPE em Jaboatão, representantes da PCR comprometeram-se em apresentar uma solução em nova reunião programada para esta terça-feira (16), às 15h, na sede da CPRH. 

“O ambiente na reunião demonstrou uma boa vontade generalizada em se ter solução definitiva para a questão da poluição hídrica provocada pelo chorume”, avaliou o gerente de Planejamento da Secretaria de Serviços Urbanos de Jaboatão dos Guararapes, o engenheiro e ambientalista Rodolfo Aureliano. Ele explicou que o antigo lixão da Muribeca, que era um dos maiores da América do Sul, libera 7m³/hora de chorume, o equivalente a 150m³/dia e a cerca de 60 mil m³/ano.

“É como se um estádio de futebol, do porte da Ilha do Retiro, cheio de chorume fosse derramado ao longo do ano no rio Jaboatão, que desemboca nas praias de Barra de Jangada e do Paiva”, adverte Aureliano, lembrando que a carga poluente do chorume é dez vezes maior que a do esgoto doméstico. Segundo o ambientalista, a vida natural está completamente comprometida desde as imediações do lixão até a foz. Além disso, são muitos os problemas causados aos pescadores e à população ribeirinha.

Rodolfo Aureliano disse que a Prefeitura de Jaboatão tentou muito encontrar uma solução durante a administração do ex-prefeito João da Costa e agora acredita que passos decisivos serão dados. “A nova administração do Recife tem apenas quatro meses e tudo indica que vai querer se descolar do descaso em relação ao passivo ambiental herdado da gestão anterior”, destacou, lembrando que na reunião da semana passada o secretário estadual de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, pediu urgência na solução.

LIXÃO DA MURIBECA

Fechado em agosto de 2009, o Lixão da Muribeca, que era uma dos maiores do Brasil e da América do Sul, funcionou durante mais de duas décadas nas margens da Estrada da Integração, no bairro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes. Apesar de estar localizado em Jaboatão dos Guararapes, era gerenciado pela Prefeitura do Recife.

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