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sábado, 20 de junho de 2009

Estudo de Caso sobre a Lagoa Olho D'Água

Finalmente encontrei um estudo de caso, que já havia lido há alguns anos, da professora Ednéia Alcâtara de Barros Silva. No texto, Ednéia traça um panorama científico da Lagoa Olho D'Água extremamente importante. Inclusive utilizei esse estudo de caso para poder fundamentar o blog. O estudo foi publicado no livro:

Políticas Ambientais no Brasil - Análises, intrumentos e experiências;
Autor: Paul Elliott Little, Iieb
EditorEditora Peirópolis, 2003

Abaixo confira o trecho sobre a Lagoa Olho D'Água.

sábado, 28 de março de 2009

Ocupações irregulares desafiam projeto de revitalização da Lagoa Olho D'Água. Falta, inclusive, transparência no Projeto

Um dos grandes problemas da Lagoa Olho D'Água são as ocupações irregulares. O Governo do Estado publicou dados que apontam que existem 13.602 habitações ao redor da lagoa, totalizando uma população de 52.456 habitantes. Desses total, a maior parte é de baixa renda e 9.620 habitantes não são alfabetizados. Apenas 7.554 possuem um rendimento superior a 3 salários mínimos.

O crescimento desordenado de Jaboatão intensificou-se na década de 1980. O desemprego e a queda da atividade agrícola fez com que muitos trabalhadores rurais migassem do interior do Estado para as cidades em busca de melhores oportunidades de trabalho. Por outro lado, as cidades não estavam preparadas para receber essas pessoas, que foram ocupando terrenos sem infra-estrutura em áreas periféricas aos grandes bairros.

Em Jaboatão, o problema intensificou-se pela falta de políticas públicas de habitação e saneamento básico. Durante mais de 20 anos, o povo elegeu governos populistas, assistencialistas e despreparados. Vários episódios de corrupção culminaram, enquanto as necessidades básicas da população deixavam de ser atendidas por esses governos. Os problemas se acumularam e hoje são o grande desafio do novo governo.


LAGOA É CENÁRIO DE OCUPAÇÕES IRREGULARES

A Lagoa Olho D'Água começou a ser ocupada no no início da década de 1980, acompanhando o crescimento dos bairros de Piedade, Candeias e Pontezinha. Palafitas começaram a ocupar as margens da lagoa, sem que nenhum tipo de fiscalização fosse feita. Iniciou-se então o processo de favelização que ocupa hoje mais de 80% dos terrenos ao redor da lagoa.

Comunidades como o Sovaco da Cobra, Lagoa das Graças, Curcurana, Espinhaço da gata, etc, hoje ocupam áreas de grandes extensões. Essas comunidades não possuem saneamento básico, coleta de lixo eficiente, escolas públicas suficientes, postos de saúde, áreas de lazer, além de não serem atendidas (sua grande maioria) por projetos sociais. Muitos locais, sequer, possuem água encanada.


Outro problema é a falta de segurança pública no local. Apesar da grande quantidade de moradias, a polícia militar não realiza rondas na localidade. Em algumas áreas o tráfico de drogas está crescendo e, se nada for feito, no futuro poderemos ter comunidades com altos índices de violência.

Órgãos de defesa do meio ambiente, tais como o CIPOMA e o IBAMA, também não atuam na área. Diariamente os animais como garças e jacarés são capturados e mortos por moradores. No verão o problema principal é a grande quantidade de incêndios criminosos, que provocam a mortalidade de várias aves que formam seus ninhos na vegetação da lagoa.

O DESAFIO DE URBANIZAÇÃO DA LAGOA

Recentemente, o governo do Estado anunciou que iniciará um projeto de revitalização da Lagoa Olho D'Água. O projeto terá recursos oriundos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal).

Segundo o Diretor Presidente da CEHAB (Companhia Estadual de Habitação e Saneamento) , João Amaro, o projeto contemplará a construção de mais de 1055 habitações e todas as pessoas que vivem em situação irregular, num raio de 100 metros da lagoa serão beneficiadas.

As novas moradias serão construídas num terreno no Bairro de Cajueiro Seco, em Jaboatão. A previsão para o início das obras é (provavelmente) em Abril desse ano e durará 18 meses, segundo João Amaro.

O projeto ainda incluirá a construção de vias de acesso, áreas de lazer, esportivas, novas escolas e rede de esgoto. A lagoa também será dragada para o aumento da sua profundidade. As obras serão divididas em 2 etapas:

1ª etapa - levantamento de dados sócio-ambientais (já realizado), cadastramento de famílias (ainda vai começar), desocupação num diâmetro 100 metros da lagoa e construção do Conjunto habitacional.

2ª Etapa - urbanização, rede de esgoto, vias de acesso, áreas de lazer, etc.


O prazo para a execução dessas obras, que em sua 1ª e 2ª fase, custarão mais de 109 milhões de reais, não foram mencionados. E esse é o problema. A falta de transparência com relação ao projeto e aos prazos de execução das obras, além de informações, algumas vezes confusas, tiram a credibilidade da opinião pública com relação a revitalização. Muitos cidadãos desacreditam que a lagoa será revitalizada.

PROJETO NÃO É TRANSPARENTE

Apesar do Presidente da CEHAB, João Amaro, ter dito que o projeto de Revitalização da Lagoa Olho D'Água está sendo executado com a participação da comunidade, não é o que vem acontecendo na prática.

Nosso blog realizou algumas entrevistas na lagoa, todas documentadas em vídeo (será exibido aqui no blog em breve), e a população afirma que - sequer - o cadastramento das famílias que serão beneficiadas por novas moradias começou. A diarista Adriana é uma dessas pessoas que vivem nas margens da lagoa, numa área sem infra-estrutura e de terreno alagadiço : "Nunca ninguém veio aqui nos cadastrar. Nós só escutamos as promessas, nada mais" - desabafa.


João Amaro informou que o cadastramento se inciará em Abril, concomitantemente a construção das moradias. Nesse caso, a pergunta que não quer calar é a seguinte: como o Governo do Estado sabe a quantidade de casas que serão construídas se, ao menos, fez o cadastramento das famílias que serão beneficiadas?

Durante o I Fórum Verde de Jaboatão, realizado esse mês na cidade, muitas lideranças comunitárias da lagoa estiveram presentes e se mostraram surpresas com as declarações de João Amaro, de que a comunidade está participando com sugestões.

Antônio Carlos, morador da Rua São Sebastião, bem próximo da lagoa, afirmou que, apesar de participar da associação de Moradores do Conjunto Dom Hélder Câmara, em Piedade, nunca ficou sabendo de nenhum projeto de revitalização da lagoa. Irritado com o descaso do poder público, Antônio Carlos denunciou ainda o grande número de caramujos transmissores da esquistossomose: "Eu tive que me mudar porque no inverno a água suja de esgoto invadia a minha casa e fui contaminado por esquistossomose. A prefeitura nem o Governo do Estado nunca aparecem por lá e eu espero que o projeto saia realmente do papel, não aguentamos mais tanta falta de infra-estrutura!" - protestou o morador, na plenária da Câmara de Vereadores de Jaboatão, durante o Fórum.

Nosso blog (que também faz parte da comunidade) solicitou a assessoria de imprensa da CEHAB cópias detalhadas do projeto de revitalização, para que pudéssemos auxiliar no processo de divulgação junto a comunidade da lagoa e da opinião pública. Recebemos apenas alguns slides (apresentados nesse post), não completos. Solicitamos também uma reunião com os responsáveis para esclarecermos as dúvidas do projeto, mas até agora não recebemos respostas. Vale salientar que, atualmente, o nosso blog é o meio de comunicação mais completo sobre a Lagoa Olho D'Água, dispondo de informações sempre atualizadas. Apesar de termos um público extremamente segmentado, o blog já conta com quase 16.000 acessos em menos de 1 ano.

LAGOA PODE SER RE-HABITADA APÓS REVITALIZAÇÃO

Outro ponto polêmico, que deixou de ser esclarecido até o memento pela CEHAB é o fato da lagoa voltar a ser invadida após a entrega das novas moradias. Nosso blog perguntou ao Diretor Presidente da CEHAB, João Amaro, durante o Fórum Verde de Jaboatão, o que o Estado fará para garantir que a população não volte a invadir a área desocupada num raio de 100 metros da lagoa (área de proteção ambiental assegurada por lei) e o mesmo não soube responder a pergunta.

A moradora do Parque Lagoa Olho D'Água (uma das poucas áreas não invadidas na Lagoa Olho D'Água), Augusta Pinho, acredita que a população voltará ocupar a lagoa caso não haja fiscalização, programas sociais e campanhas de educação ambiental: "Se retirarem as famílias e a lagoa voltar a ficar esquecida, simplesmente outras pessoas vão invadir a área
novamente. Já aconteceu em 2001, quando construíram o Canal de Setúbal, do trecho de Prazeres até a parte norte da lagoa" - afirma a moradora.

A problemática social ao redor da lagoa já atingiu dimensões tão grandes que qualquer esforço tomado pelo Estado, no sentido de revitalizar a área, tem que ser planejado com responsabilidade e com a participação, inclusive, da própria comunidade.

O escritor, especialista em Marketing de Lugares, Philipe Kotler, defende a participação da comunidade para o sucesso de projetos de re-estruturação de locais. Segundo Kotler, é impossível obter sucesso em qualquer empreendimento desse tipo sem a participação da comunidade e da iniciativa privada. Ele afirma ainda que muitos governos realizam apenas grandes projetos de promoção de lugares (muitas vezes visando a própria promoção), esquecendo que investimentos em educação, saúde, infra-estrutura e mão de obra especializada são essenciais para o desenvolvimento desses lugares e para atrair novos investimentos.

OPINIÃO


Do jeito que o projeto vem sendo "executado", sem transparência, com graves falhas de comunicação e sem a participação da comunidade, fica difícil acreditar que um dia ele v´[a sair do papel e beneficiar a população.

Apesar dos contratos de financiamento com a Caixa Econômica Federal já terem sido assinados, os recursos estarem disponíveis e o Diretor Presidente a CEHAB garantir que as obras vão acontecer, a população continua desconfiada, sem informação a respeito do projeto.

A impressão que temos é que a ultrapassada e predominante democracia representativa permanece estagnando a evolução da nossa sociedade. O povo quer participar, mas o Governo, de propósito ou não, se protege por detrás de uma cerca de arames farpados. Ninguém consegue se aproximar. Eles decidem tudo sozinhos e nós permanecemos aqui, fingindo que participamos, aceitando decisões, muitas vezes, inadequadas a realidade.

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terça-feira, 17 de março de 2009

Projeto de Revitalização da Lagoa Olho D'Água é apresentado em Fórum Ambiental de Jaboatão


Último Sábado, 14/03, a câmara de vereadores de Jaboatão, realizou o I Fórum Jaboatão Verde. A iniciativa do Partido Verde (PV) transcendeu a politicagem alienadora dos governos anteriores, estimulando o debate e estabelecendo um novo marco positivo na história da democracia de Jaboatão dos Guararapes.


Com a participação de especialistas, cientistas, estudantes, população, ONGs, governantes de partidos diversos, etc, o Fórum expôs e debateu os três maiores problemas ambientais e sociais da cidade: Lagoa Olho D'Água, Lixão da Muribeca e Avanço do Mar. Entre os presentes estavam o prefeito de Jaboatão, Elias Gomes e o Secretário de
Meio Ambiente, Márcio Mendes.

O Diretor Presidente da CEHAB, Amaro João, também compareceu, apresen
tando em 1ª mão, o projeto de Revitalização da Lagoa Olho D'Água. Segundo Amaro João, todos os contratos referentes a 1ª e 2ª etapa das obras, que custarão mais de 110 milhões de reais (oriundos do PAC) já foram assinados, ou seja, dessa vez a obra vai sair do papel.

REVITALIZAÇÃO DA LAGOA OLHO D'ÁGUA

Abaixo vou resumir o que o Diretor da CEHAB, João Amaro, falou sobre a revitalização da lagoa. Posteriormente, assim que eu consegui um encontro com o presidente da CEHAB, (continuem visitando o blog) estarei postando o projeto detalhadamente. De acordo com João Amaro, o projeto será dividido em 2 etapas:

A primeira etapa já começou. Primeiramente foi feito todo o
trabalho de pesquisa sócio-ambiental da região. Já de posse desses dados, o Governo do Estado estará (sem data definida ainda) desapropriando as moradias irregulares num raio de 100 metros da Lagoa Olho D'Água (de acordo com a lei ambiental). O cadastramento das famílias começará em Abril.

Enquanto as famílias são cadastradas, um conjunto habitacional será construído no Bairro de Cajueiro Seco, num terreno já adquirido pelo Governo, onde funcionava uma antiga fábrica de postes. Serão 1055 habitações, mas esse número pode chegar até 3000. O prazo de conclusão é de 18 meses, contados a partir do início das obras, provavelmente em Abril desse ano.

Quando as famílias forem relocadas, serão iniciadas as obras de urbanização. A prioridade será na parte leste da Lagoa, nas áreas com maior índice de alagamentos (existe um mapa que em breve estarei divulgando). Serão construídas praças, vias de acesso, equipamentos de lazer e quadras poliesportivas. A verba garante ainda a construção de estações de tratamento de esgoto e, segundo João Amaro, toda a água dos canais será tratada antes de desembocar na lagoa ou no mar. Estudos ainda estão sendo feitos para determinar qual será a forma mais adequada de dragagem da lagoa. O que foi dito até o momento foi que a lagoa será dragada e que as margens irregulares serão aterradas com o objetivo de melhor delinear o espelho d'água, otimizando o espaço. O prazo de dragagem não foi mencionado na exposição do projeto, durante o Fórum.

DADOS SÓCIO-AMBIENTAIS DA LAGOA OLHO D'ÁGUA



Como já foi dito, o Governo pesquisou todos os dados sócio-ambientais da região, colhendo dados extremamente importantes da população ao redor da Lagoa Olho D'Água. Durante o Fórum consegui anotar alguns e estou passando para vocês aqui no blog em 1ª mão:

  • Área da Lagoa: 3,75 Km²
  • Profundidade média - 1 metro (devido assoreamento)
  • 1 Canal liga a lagoa ao mar - Canal Olho D'Água
  • Relevo - alagadiço, desfavorável à habitação.
  • Domicílios ao redor da Lagoa - 13.602
  • População total - 52.456 habitantes
  • Alfabetizados - 36.714 habitantes
  • Não alfabetizados - 9.620 habitantes
  • Renda até 3 salários mínimos - 7.554 habitantes
  • Renda superior a 3 salários mínimos - 2.819 habitantes




quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

INÍCIO DAS CHUVAS E DO TRANSTORNO PARA QUEM VIVE NAS PROXIMIDADES DA LAGOA



O início das chuvas de verão significa transtornos e prejuízos aos moradores qua vivem nas proximidades da Lagoa Olho D'Água. São dezenas de bairros e comunidades afetados pelas enchentes constantes. Não importa se o morador está na área nobre, como na Av. Bernardo Vieira de Mello, ou numa comunidade miserável bem às margens da lagoa. Quando a chuva chega não há como escapar dos transtornos provocados por ela. Alagamentos constantes nas principais vias da cidade, buracos, congestionamentos, carros quebrados, ônibus com roteiros modificados em virtude dos alagamentos (prejudicando várias comunidades), proliferação de doênças como a filariose, a leptospirse e a esquitosomose (estas são apenas as mais graves) além dos prejuízos morais e financeiros àqueles moradores que perdem tudo com as enchentes.O problema não é recente. Há mais de 20 anos os moradores dos bairros de Prazeres, Cajueiro Seco, Piedade, Candeias, Barra de Jangada e várias comunidades em Pontezinha, vivem o constrangimento de ver o descaso público em frente à suas portas. As águas pútrefres além de serem um risco mortal à saúde, ainda castram o direito de ir e vim dos cidadãos destes bairros.O conjunto habitacional Dom Hélder Câmara, localizado em Piedade é só um exemplo do transtorno que breves 15 minutos de chuva podem provocar naquela região. As ruas viram verdadeiros rios de água suja, alagam residências e estabelecimentos comerciais, aterrorizam os trauseuntes que são obrigados a pôr os pés descalços na água suja. E quando a chuva é mais intenssa (geralmente durante o inverno) os alagamentos são ainda piores. O asfalto é levado pelas enxurradas e os buracos tomam conta das poucas vias públicas pavimentadas da região. Motoristas caem nos buracos e as empresas de ônibus suspendem o roteiro que vai da Avenida Aniceto Varejão (Próximo ao Brasão) ao terminal que fica no Dom Hélder. Os moradores têm que chegar em casa pisando ainda mais nas águas contaminadas por esgotos, além de terem que caminhar um trecho de cerca de 1km em virtude das empresas de ônibus não completarem o roteiro.

Entra governo, sai governo e a situação é a mesma. O desrespeito e o descaso causam indignação nos moradores, que reclamam da situação de maneira solta, não politizada, não organizada. Permanecem imóveis, achando que são incapázes de mudar este quadro... Os moradores já não sabem o que é cidadania. Estão desacreditados. O caótico se tornou normal para muitos. Então as chuvas passam, as ruas secam aos poucos, a falsa normalidade volta a pairar, chega o verão e os problemas acabam por um tempo para voltarem com mais intensidade no ano seguinte.


Assoreamento da Lagoa Olho D'água é a principal causa dos alagamentos.


Não precisa ser especialista para perceber que apenas 10% da cidade de Jabotão dos Guararapes tem saneamento básico. Estes dados são visíveis a olho nú. A divisão de classes traça às áreas que possuem saneamento e as áreas que amarguram a total falta de infra-estrutura. Para ser mais preciso, apenas uma avenida na área sul de Jaboatão tem saneamento descente: a Av. Bernando Vieira de Mello e suas adjacentes (poucas). É a avenida dos ricos, que gozam do privilégio de terem sanemento, pavimentação e ainda uma bela praia na porta de casa, mesmo que devastada pelas marés altas. Nas outras áreas a pavimentação é mínima e precária.
É exatamente nas comunidades localizadas a oeste, comunidadas numa extenção de até 2km até chegar a lagoa Olho D'água, onde o problema é ainda mais grave. Invasões e mais invasões em áreas irregulares se misturam a conjuntos habitacionais e outros bairros de classe média, num visível contraste social.
O crescimento demográfico altíssimo sem nenhuma infra-estrutura já existe há mais de 15 anos, quando começou a migração das pessoas do campo para as grandes áreas urbanas. Nada foi feito pelo poder público da época e hoje o processo de favelização está aumentando ainda mais. Aterros e construções irregulares compõem o cenário daquelas famílias que não têm onde morar. Esgotos ao céu aberto e lama, muita lama... Atrelado a todos estes problemas estruturais da cidade, existe um problema de caráter ambiental que agrava ainda mais o caos nas épocas de chuva, além de, comprometer o ecossitema da região: O ASSOREAMENTO DA LAGOA. O assoreamento é uma espécie de entupimento da lagoa por sedimentos de esgotos e pela própria erosão, já que a maioria das ruas não são pavimentadas. Estes sedimentos (lixo, esgoto, areia e etc) são lançados diariamente na Lagoa Olho D'água e depositados no fundo. Com o passar dos anos estes sedimentos foram se acumunlando e a lagoa perdeu a sua profundidade real que era de cerca de 7 metros. Pesquias realizadas em 1995 pela CPRM-RE/PMJG , indicam que a área mais profunda da lagoa é no centro (1 metro), um pequeno raio, quase que insignificante dentre os quase 400 hectares que a lagoa possui (CLIQUE AQUI E VEJA O ESTUDO TOPOBATIOMÉTRICO E AS PROFUNDIDADES DA LAGOA).
Com quase nada de saneamento básico e com o pouco que existe em estado impróprio ou precário, não há dúvida: em épocas de chuva os alagamentos são constantes. Isto acontece porque a maior parte da água da chuva escoa ao oeste, em direção à lagoa, em virtude do desnivelamento do solo, o qual é cerca de 6 metros mais baixo ao oeste, ou seja, no lado da lagoa. Se você leitor tem um olhar obeservador, já deve ter percebido que a Avenida Bernanrdo Viera de Mello é mais alta em relação às ruas e avenidas ao oeste dela (lado contrário ao mar). Isso que dizer que o desnivelamento é como se fosse um espécie de ladeira (muitas vezes imperceptível ao olho nú) que vai descendo até a lagoa. Quando chove, a água escorre em direção à lagoa que, como já falamos, está assoreada e não consegue suportar a quantidade de água, provocando os alagamentos nos bairros. Além disso, o canal de setúbal ainda é despejado (sem nenhum tratamento- é bom lembrar) dentro da lagoa, o que aumenta ainda mais a quantidade de água e de sedimentos lançados na Lagoa Olho D'água. A SOLUÇÃO deste problema seria a implementação de políticas públicas urgentes de saneamento, além da DRAGAGEM da lagoa. Através da dragagem, os sedimentos (areia, lama, lixo e etc) seria retirados de dentro da Lagoa Oho D'água, aumentando, desta forma, a sua profundidade. Com a profundidade de cerca de 7 metros a lagoa teria condições de aborver 10 vezes mais a quantidade de água das chuvas. Outros problemas de saúde também seriam amenizados, como é o caso da esquitosomose e da filariose. E o que fazer com os sedimentos? Estes sedimentos, segundo especialistas, poderiam ser utilizados no aterro das irrregularidades das margens da lagoa, fazendo com que o espeho d'água se tornasse mais regular, possibilitando a abertura de avenidas às margens da lagoa que, com certeza, desafogariam o trânsito caótico que enfrentamos todos os dias na Av. Bernanrdo Vieira de Mello.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Objetivos do Blog Lagoa Olho D'Água


A lagoa Olho D'água está localizada no município de Jaboatão dos Guararapes - PE. Compreende os bairros de Piedade, Candeias, Barra de Jangada, Curcurana, Prazeres e outras comunidades em Pontezinha. É a maior lagoa em área urbana do Brasil, chegando a ter 375 hectares de espelho d'água. Isto significa que a Lagoa Olho D'água é duas vezes maior que a Lagoa Rodrigo de Freitas, localizada no Estado do Rio de Janeiro.

Com seu enorme potêncial turístico e empreendedor, a lagoa que deveria ser um estuário de várias espécies animais e vegetais está morrendo aos poucos em virtude do descaso público.

Pesquisas realizadas no ano de 1995, pela Universidade Federal de Pernambuco, constatam que a lagoa recebe dejetos de esgotos domiciliares e industriais, além de denunciar que a água da lagoa está contaminada por metais pesados, como o chumbo, que pode provocar câncer. O problema se agrava quando a pesquisa constata que a população ribeirinha vive em condições precárias, sem saneamento básico, o que aumenta ainda mais os riscos de proliferação de doenças, tais como, a filariose e a esquistossomose.

ALAGAMENTOS EM PIEDADE E CANDEIAS


Os estudos ainda apontam, o assoreamento da lagoa, como a principal causa dos alagamentos nas principais avenidas e ruas dos bairros de Piedade e Candeias. O assoreamento é provocado pelos dejetos de esgotos, que são lançados livremente, além da erosão natural , em virtude do desmatamento quase total do mangue.

As pesquisas geológicas indicacam que existe uma falha na rocha matriz, o que prova que, a altitude à beira mar (ex: Av. Bernardo Vieira de Melo) é 6 metros acima da altitude do espelho d'água da lagoa. Resultado: quando chove, a imensa quantidade de água escoa em direção a lagoa que está assoreada e não consegue receber tanto volume d'água.

Estima-se que hoje, a parte mais profunda da lagoa seja de 1 metro (veja levantamento topobatiométrico clicando aqui ). Imaginem se a profundidade fosse 5 ou 7 metros, que seria a profundidade ideal para uma lagoa de restinga? Com certeza não teríamos alagamentos, pois a lagoa suportaria o grande volume de água, que depois seria despejado no mar, através do canal olho d'água.

O canal olho d'água é o canal que liga a lagoa ao oceano atlântico e permite o escoamento do excesso de água da lagoa, além da renovação da água, que é feita tanto pelo Canal Olho D'água, quanto por lençois freáticos.

Durante os períodos de chuva, comunidades como o Dom Hélder e Jardim Piedade sofrem os efeitos do descaso. As ruas ficam alagadas e intransitáveis. As pessoas se arriscam pisando na água misturada aos esgotos, aumentando ainda mais os riscos de esquistossomose e leptospirose. O problema já dura mais de 20 anos e até agora não foi solucionado pelos órgãos públicos Municipais e Estaduais.

Ano passado o presidente Lula, em visita a cidade do Recife, anunciou a liberação de 6 milhões de reais para que a Prefeitura Municipal do Jaboatão dos Guararapes iniciasse as obras de dragagem da lagoa. Com isso, os sedimentos retirados no fundo da lagoa seriam retirados, aumentando a profundidade da mesma. Isto iria diminuir emergencialmente os alagamentos e os casos de esquistossomose (doença que pode levar a morte se não diagnosticada a tempo), além de diminuir os mosquitos que podem transmitir a filariose, conhecida popularmente como elefantíase. A filariose se caracteriza pelo inchaço, principalmente, dos membros inferiores (pernas) mas pode atingir todo o corpo e deformá-lo, causando deres, problemas circulatórios e comprometendo a qualidade de vida e auto-estima do indivíduo, que, se não for tratado pode falecer.

OBJETIVOS DO BLOG


  • Reunir o maior número de pessoas on line (inicialmente) para discussão, estudo e criação de alternativas de melhorias para a Lagoa Olho D'água e das comunidades ribeirinhas, junto aos órgãos públicos municipais, estaduais e federais;
  • Fazer o acompanhamento da lagoa, fiscalizando, preservando e denunciando a degradação;
  • Cobrar o projeto de Revitalização da lagoa, que beneficiará toda a população dos bairros de Candeias, Piedade, Barra de Jangada, Curcurana, Prazeres e Pontezinha;
  • No blog poderemos fazer nossas críticas, além de, trocar informações à respeito da Lagoa Olho D'água.

LAGOA OLHO D'ÁGUA NO GOOGLE MAPS

Veja a lagoa e os bairros ao seu entorno diretamete do satélite clicando aqui

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